sábado, 11 de agosto de 2012

ÉTICA: DA TEORIA À PRÁTICA


Por estarmos em um ano eleitoral a palavra ética está presente, com razoável periodicidade, no noticiário impresso e televisivo. Contribui para isso uma série de escândalos nas diversas esferas de Poder, em especial do caso conhecido como “Mensalão”. Acostumamos-nos a ouvir que devemos estar sempre vigilantes quanto a atitudes éticas de políticos, das empresas, dos profissionais, etc. Mas o que é ética? Qual a relação entre ética e moral?
 
Essa palavra, de fácil pronúncia e de difícil aplicação, também esteve presente na série “Ser ou não Ser”, apresentada pela filósofa Viviane Mosé no Programa Fantástico há alguns anos. Um dos programas me chamou a atenção. Segundo a filosofia: “Moral” é o conjunto de regras, válidas para todo mundo, que determinam nossa conduta em sociedade: como devemos agir para não ferir o direito do outro e respeitar o bem comum.

Mas dessas regras universais - não matar, por exemplo - podem surgir dilemas particulares: a eutanásia pode ser uma saída para aliviar o sofrimento de uma pessoa presa a uma cama?

Como dito na série “Ser ou não ser: ”Como agir diante dos diferentes desafios morais? É daí que nasce a ética. Uma conduta ética é antes de tudo uma tomada de posição. Uma atitude. Por isso, nada mais antiético do que a indiferença. Estar indiferente é abandonar toda tentativa de interferir nas coisas, de mudar - o que acaba tornando a violência, a corrupção, o desrespeito, um hábito. A indiferença é a banalização do mal”.

É esse o ponto que eu gostaria de compartilhar com os leitores do Blog São João Batista. Ética, antes de ser um conceito filosófico, é a prática da boa cidadania e da solidariedade, presentes nos ensinamentos passados de geração em geração. A tal da sabedoria popular. Mas, vivendo numa cidade desafiadora como São Paulo, a sua aplicação é dificultada, mas não impossível. Resta-nos estar sempre vigilantes aos pequenos gestos, como por exemplo: respeitar a preferência de idosos e deficientes nos ônibus e trens, não avançar os veículos nas faixas de pedestres, não dirigir após beber, etc.
 
Mas, isso não basta. Além de sermos éticos não podemos ser indiferentes, pois, o que afeta as pessoas à nossa volta, um dia, fatalmente, irá nos afetar, direta ou indiretamente. Quer um exemplo? A ONU estima em 800 milhões, as pessoas que passam fome no Mundo. No Brasil esta situação é grave e afeta, aproximadamente, 40 milhões de pessoas. Aí está um problema de difícil solução, a exemplo de outros, como educação, saneamento básico, saúde e tantos outros. Mas, quantas pessoas passam fome na Vila Mangalot? Quantos pais de família não conseguem emprego por falta de escolaridade mínima no Jardim Santo Elias? Quantas crianças estão saindo do Ensino Fundamental pseudo-alfabetizadas nas escolas aqui da região? Quantos jovens que encontramos na padaria hoje cedo, neste exato momento, descrentes de tudo e de todos, se afundam no álcool e nas drogas? Esses números não são divulgados nos telejornais noturnos. Mas afetam o nosso dia-a-dia inquestionavelmente.

Será que uma atitude ética implica um olhar solidário para os que estão à nossa volta? Ao nosso próximo mais próximo? Tudo indica que sim. Se você me perguntar o que eu possa fazer, talvez não saiba te responder. Mas, se todos nós quisermos uma resposta, com certeza, junto, a encontraremos.

Marcos Roberto A. Santos (artigo publicado originalmente no Informativo São João Batista em 2007, e atualizado para o Blog).


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