segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Nra. sra. da Glória



O que faz uma cidade com uma população média de 80 mil hab. num tempo de 2 horas, unir num único local cerca de 44.000 pessoas? A FÉ! 
Desde 1918, existe em Cruzeiro do Sul-Acre uma grande festa de devoção mariana, em Cruzeiro do Sul, Nra. Sra. da Glória, a qual décadas depois, na formação da Prelazia do Júrua e postariormente Diocese, com sua matriz em Cruzeiro do Sul, e que abrange mais 7 municípios do Acre e 4 do Amazônas, é a maior festa religiosa do Acre e a segunda maior do norte do Brasil, ficando atraz do Círio de Nazaré, em Belém do Pará. Com novena dos dias 06 à 14 de agosto e Solenidade dia 15, é tempo de reencontrar amigos, parentes, de a muito tempo não os encontrava, as vezes mais que uma década. Participei algunas novenas, e teve a alegria de presidir dia 15, ás 07:00 na Catedral, missa  Solene e também pelos religiosos. Ás 17:00 hs, o bispo diocesano, Dom Mosé, Cssp. presidiu mais uma vez a Solenidade, seguida da procissão por algumas ruas e avenidas da cidade. Grande demonstração  de fé e devoção. "Quem é essa que avança como a aurora"?!!!
O que intriga é que no mesmo fim de semana, no Festival do Açaí em Feijó, e duas bandas em  Cruzeiro do Sul, a Santa atrai 44.000 mil pessoas. Há 8 anos, começou a trazer padres cantores, para show após a procissão, porém é muito verdade que antes desse novo costume, a multidão já era notória.
Lembro-me do senhor Raimundo, propietário do semi-árido brasileiro que reclamava da pouca participação da festa do padroeiro da capela dentro de sua propriedade e que por coincidência tinha sua mesmo nome, São Raimundo: "é padre, se fosse alguma Santa a padroeira, garando que tinha aqui uma grande multidão"! Penso que a agressão patriarcalista/machista milenar e universal, que tive o lúdico, e condena a manifestação do afeto e da ternura, Maria desponta, resgatando a Esperança Messiânica Cristã, da liberdade à humanidade, apontando seu Filho, e convidando seus devotos a "fazer tudo o que Ele disser" (Jo 2,5). Que o vinho novo, nos leve a superar o patriarcalismo, que oprime, maltrata, explora, exclui, destroi, divide,mata a humanidade e a natureza. Que a esperança realizada em Maria, nos conduza a reconciliação do ser humano entre si e com a natureza, passando de uma realidade de destriução para defeza da vida, em vista da paz mundial.
Que a festa da Assunsão de Maria, "vê e ouvi o clamor" de tantas irmãs e irmãos esquecidos e da natureza maltratada, e que esperam pela ASSUNÇÃO!

Obs.: 
Neste 20 de agosto, na Bienal do Livro em São Paulo, Maria da Penha, estará lançando seu novo livro: Sobrevivi: posso contar. 


São João Batista, Rogai Por Nós!